Quem é Quem
KARIN PARODI
“Sou filha de um imigrante genovês que chegou ao Brasil no início dos anos 50. Por parte de mãe, tenho ascendência alemã, e a guerra está na história dos meus avós, judeus que vieram para cá na esperança de reconstruir a vida. A família começou do zero, mas foi se estabelecendo. Realizei os estudos em escola pública e, aos 16 anos, me transferi para o período noturno, de modo a compatibilizar o trabalho durante o dia.
Desde cedo sonhava em conquistar independência financeira. Meu primeiro emprego foi como recepcionista na H.Stern. Depois, ingressei em uma instituição financeira, onde exerci funções de contínuo e caixa. Paralelamente, tocava também um negócio próprio de confecção de biquínis. Já cursando a faculdade de psicologia, fiz estágio em uma metalúrgica e, na sequência, me apliquei para o programa de trainee da Coopers & Lybrand, que mais tarde viria a ser a PwC. Foi aí que efetivamente teve início a minha carreira, com o apoio da grande mentora Olga Stankevicius Colpo.
Aos 24 anos, fui designada para a área de recrutamento e seleção de executivos, obtendo um importante desenvolvimento profissional. Permaneci por mais de sete anos na empresa, e desde aquela época já me dedicava à ação voluntária de prestar orientação de carreira, o que me permitiu construir uma rede de relacionamentos consistente, que se mantém até hoje. Já casada, mãe de dois filhos, senti que queria partir para novos aprendizados.
Foi então que respondi a um anúncio de jornal para uma posição na DBM. Estávamos em 1995, época das reestruturações, das demissões em massa, do avanço da globalização. A dor das pessoas era profunda, especialmente daqueles demitidos após décadas de vínculo com o empregador. Foram três anos intensos, até que meu marido foi expatriado e nos mudamos para os Estados Unidos. Sem a dinâmica anterior de trabalho, pude vivenciar o sentimento dos executivos que havia assessorado nos processos de transição, em um exercício de empatia bastante significativo.
