“Não venho de família abastada, tampouco de uma procedência mais humilde. Um aspecto marcante, no entanto, é a história de vida do meu pai, que saiu de casa aos 17 anos e conseguiu, a duras penas, estudar por conta própria. Era administrador de empresas e, com relação aos filhos, tinha a expectativa de que se tornassem engenheiros ou médicos. Meu irmão mais velho enveredou pela primeira opção, então me preparei para o vestibular de medicina. Despretensiosamente, apenas para acompanhar uma amiga, também fiz o exame para psicologia, sendo aprovada. Acabei por me identificar com o curso, deixando de lado a medicina.
Meu primeiro trabalho foi como trainee da Ernst & Young, a EY, como passou a ser denominada de uns anos para cá. E aqui estou, mais de 30 anos depois, vivendo cada dia apaixonadamente. Fui uma das primeiras mulheres a assumir uma gerência de consultoria. No início dos anos 90, surgiu, então, um convite tentador: criar uma área específica de RH na organização.
Dispúnhamos, até aquele momento, de um departamento de pessoal, e o desafio era atuar em outros níveis para além do transacional, cuidando do desenvolvimento dos talentos, de sua performance e reconhecimento, bem como do modo de contratar e promover as pessoas. Iniciei a jornada pelo Brasil, abarcando na sequência outros países da América do Sul.