“Fui criado em uma família bem típica da Tijuca, bairro que, curiosamente, é berço de vários executivos de RH. Meu pai fez escola militar, mas seguiu carreira como relações públicas na Petrobrás e na Vale. Já minha mãe era professora. Sou o mais velho de três irmãos, e todos nós tivemos o esporte como algo muito presente em nossa formação. Disciplina, treino, competição, resiliência estavam lá e ajudaram no momento em que, na adolescência, percebi que a estatura de um metro e setenta e nove não favorecia a carreira no basquete.
Seguindo o exemplo paterno, optei por me graduar em relações públicas, ciente que meus pais, por princípio, só financiariam o semestre inicial do curso. Assim, aos 19, fui em busca do primeiro emprego. O fato de ter um terno foi decisivo para conseguir a vaga de contato publicitário de jornais do interior do Rio de Janeiro. Na venda de anúncios para esses veículos, era o último a ser atendido pelo pessoal de mídia, e não dispunha de mais do que minutos para fechar negócio. Sem dúvida, foi uma boa chance para desenvolver habilidades de relacionamento e lidar com timidez, frustração e rompimento de barreiras.
A estreia em um ambiente corporativo ocorreu aos 23, trabalhando com comunicação interna na Atlantic, atual Ipiranga. Iniciava-se, assim, um ponto de intersecção com o RH, intensificado no passo seguinte, quando ingressei na Brahma. Em pouco tempo, fui transferido para São Paulo e ganhei a missão de coordenar o projeto da universidade corporativa. O movimento seguinte envolveu um aprendizado riquíssimo como consultor, atuando por uma década em gigantes como PWC e IBM, com passagem também pela Promon.
Conheci várias indústrias, atuei em diversos projetos e tive experiência internacional de dois anos em Dallas, nos Estados Unidos. Depois disso, surgiu uma inquietação, e o feedback de uma amiga, que foi dura, mas generosa, fez toda a diferença. Decidi retornar ao Brasil e tracei um plano para retomar o assento do outro lado do balcão, em posição executiva. O networking e as boas relações que sempre mantive por onde passei me levaram de volta à PWC no final de 2007, desta vez como diretor de RH.
