Cássia Monteiro, executiva de comunicação e cultura
“Observo uma nova geração mais atenta, ativa no combate às diferenças e preconceitos. Mas é claro que ainda há muito a ser feito: equiparação salarial entre homens e mulheres em cargos similares; legitimidade de fala em todos os ambientes; representatividade em cargos executivos e públicos; fim da pressão estética; combate à objetificação do corpo; fim da idealização da maternidade;segurança em andar sozinha todos os dias do ano. Além disso, sororidade ainda é termo pouco conhecido, o que dirá praticado. A fragilidade do elo entre as mulheres, bem como do esforço contínuo em diminuir e descaracterizar o movimento feminista contribuem para a ignorância sobre o tema, bem como os números alarmantes de violência contra a mulher e o aumento dos casos de feminicídio. Destaco também outro ponto alarmante, mas que ainda gera pouca discussão: a vulnerabilidade da mulher negra. Infelizmente, o feminicídio também tem cor no Brasil, atingindo principalmente as mulheres negras. Enquanto entre 2003 e 2013, o índice de feminicídios de brancas caiu 10%, o das negras cresceu 54%, segundo dados do Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais. No dia 08 de março, não precisamos de parabéns, mas sim do reconhecimento da existência das desigualdades, porque assim poderemos dar um passo firme para suplantá-las. “